No Brasil, o último ano da década de setenta foi marcado pela luta pela anistia de presos políticos, pessoas banidas do país pela ditadura militar ou exiladas. Algumas das reportagens escritas por Marcos Faerman para o JT neste ano abordam essa discussão, entre elas, Anistia - Uma palavra comum na história do Brasil, que trata dos casos de anistia na história do país e Os cientistas contra esta anistia, com o repúdio dos cientistas da SBPC ao projeto de anistia imposto pelos militares.

A história da reportagem e as jornadas dos grandes repórteres foram temas recorrentes nas reportagens de Marcos ao longo de sua trajetória profissional. No ano de 1979 ele publicou, sobre esse assunto, o texto Aventuras e desventuras de uma tribo sem sorte, com histórias dos correspondentes de guerra – começando por William Howard Russell, que cobriu a Guerra da Crimeia e se autodenominava o pai infeliz de uma tribo sem sorte, passando por John Reed, jornalista famoso pelo seu livro Dez dias que abalaram o Mundo, em que relata a Revolução de Outubro, na Russia, e chegando à cobertura televisiva da guerra do Vietnã.

Já em O crack de 29 (em São Paulo), trabalhou na fronteira entre jornalismo, literatura e história, na reconstituição da vida em São Paulo no momento do crack da Bolsa de Nova York, em 1929. A reportagem construída a partir de pesquisa em livros, documentos, jornais e revistas, foi um gênero bastante trabalhado por ele e caminha no sentido oposto ao uso do material de pesquisa apenas como fonte de informação complementar de um texto jornalístico.